quinta-feira, 7 de julho de 2011

Super poderes!

Hoje fiquei bastante tempo sozinha. Não gosto! Em dias assim penso muito e as vezes, pensar em excesso, faz mal. Hoje foi um dia mentalmente cansativo. Quando pensei em voltar a escrever sobre meu relacionamento com a diabetes, sabia que seria doloroso. Como quando temos um machucadinho e sabemos que, se tirarmos a casquinha, vai sangrar…

Por muito tempo, diabetes para mim foi um tabu. Hoje, vejo que se aceitá-la e tentar entende-la, vivo melhor. Isso não quer dizer que a gente se dá bem. Pelo contrário, estamos longe de nos amar. Mas as vezes rola um carinho…. Sempre rola, né!

Minha última peripécia foi um cateter inflamado nas costas e uma fissura gigantesca no pé. Nenhuma novidade!!  

Não anda descalça Mariele! Cuidado com esse pé! Não come doce! Cadê o chinelo? Você tomou o remédio hoje? Como você é um relaxo! Deixa eu ver seu pé... Nossa, como melhorou!!! Mas ainda vou fazer mais uma vez curativo...



Tá bom, eu assumo...  Se eu sei que tudo isso pode acontecer e escuto todos os dias as mesmas coisas, porque eu ainda faço? Acho que pelo simples e puro prazer de achar que sou como um super-herói! As vezes, queria ter super poderes, como ser invisível, se machucar e, em segundos, não ter um machucado no corpo. Poder fazer o que quiser sem se preocupar com as consequências. Enfim, ser normal… 

E se tem uma coisa que eu não gosto é de pé machucado, cateter inflamado e glicemia alta. Perco meus super poderes e volto a ser a Mariele, aquela que tenta, mais tá longe, de ser uma pessoa normal...

2 comentários:

  1. Querida Ma (sem acento para não ficar "má" rs)

    Quem disse pra você que os não diabéticos são "normais"??? E quem disse que ser "normal" é "poder fazer o que quiser sem se preocupar com as consequências"????

    Ninguém neste mundo, absolutamente ninguém, está livre de se preocupar com as consequências. Este é o jogo da vida, uma lei da física, a da ação e reação.

    Eu não sou diabético, mas como qualquer pessoa faço um monte de besteiras, pago o preço de cometê-las, sinto as dores das minhas feridas (pergunta para a Mirele...) e sofro muito com isso.

    Nada disso, porém, vai me vencer nem me impedir de sonhar, por mais que nem sempre - ou quase nunca - a vida seja um balão (como diz a música).

    Então, minha cara, um dia você vai entender que "normal" somos todos nós, você, eu, seu vizinho e os outros seis bilhões de seres humanos...

    Seja feliz! Escreva (já lhe disse isso), enfrente este desafio (que vai virar um livro um dia e você irá ao Jô dar entrevista).

    Beijos carinhosos,

    Em tempo: este layout cheio de cupcakes é autoprovocativo?? Tentador rs...

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  2. Ro, vc sabe que se sou isso que sou hj devo a vc! Como sempre, suas sabias palavras me fazem lembrar de coisas que as vezes nao me lembro!
    Obrigada! Por tudo, sempre....

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